VP do Galo FA: “Somos um time comum que trabalha muito”

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Eddie Aragão (centro) é o vice-presidente do Galo FA Foto: Lethy Guerra Fotografia

A temporada do campeão brasileiro invicto de 2018 não começou como o esperado. Dentro de campo sim: a equipe conseguiu vencer o tradicional Tritões por 27 a 06 em Belo Horizonte. Mas fora, as semanas anteriores à estreia não foram exatamente como esperado.

O que para muitos era um desmanche, para a diretoria do Galo FA foram apenas alguns percalços. O time não tem 18 jogadores que estiveram na temporada passada, mas, segundo o vice-presidente da equipe, Eddie Aragão, apenas três foram realmente uma surpresa: o guard Victor Thomé “Paçoca”, o defensive back e retornador americano Paul Morant e o quarterback Álvaro Fadini, que ficou na Áustria para ser campeão e MVP da segunda divisão. Outra baixa inesperada foi o head coach Lex Braga (o que forçou à promoção do coordenador defensivo Rodolfo Negro ao cargo de HC), também campeão da segunda divisão junto com Álvaro e Rapha Cruz (este, esperado para voltar).

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As saídas restantes fazem parte de uma reformulação já pensada, em que o time quer olhar mais para a base e formar mais jogadores.

Para explicar toda a situação e planejamento do campeão brasileiro, conversamos com o vice-presidente do Galo FA, Eddie Aragão. Confira a entrevista:

Salão Oval: Sobre a saída dos jogadores, você comentou que haveria uma reformulação de qualquer maneira pois o elenco estava inchado. Quantos jogadores haviam e quantos são agora?

Eddie Aragão: Sim, após a conquista do brasileiro em 2018 optamos em fazer uma reformulação na equipe. Optamos em diminuir os atletas contratados para diminuir a folha de pagamento e investir em comissão técnica para pode qualificar ainda mais os jogadores que estão no elenco e promover jogadores da categoria de base.

Salão Oval: Diminuir o elenco foi uma necessidade financeira ou técnica? Ou as duas? 

Eddie Aragão: As duas, percebemos que ao investir em uma comissão técnica qualificada, poderíamos trazer jogadores promissores e qualificá-los. O Camp da Brasil FA, realizado em janeiro, mostrou muitos jogadores potenciais e deste Camp veio vários jogadores que estão tendo uma oportunidade de aprimorar ainda mais seus conhecimentos técnicos e táticos. Resumindo, investimos na base.

Salão Oval: O time perdeu patrocinadores e por isso a necessidade de diminuir o elenco?

Eddie Aragão: Perdemos alguns, mas vieram outros. A questão de reformular não era uma necessidade financeira e sim, digamos, oxigenar o elenco e dar a oportunidade a outros. Mantivemos a base do time, mantivemos os jogadores que já possuem uma identidade com o time e promovemos muitos jogadores da base sem perder o poder de fogo.

Salão Oval: Quanto gira a folha mensal do Galo FA (ou os gastos anuais, enfim, algum número que você possa passar)?

Eddie Aragão: Aqui no Galo temos uma grande demanda financeira. A logística de ter quatro treinos por semana, ter e hospedar atletas de fora e dar ajuda de custo aos atletas locais exige uma grande demanda. Não posso falar sobre a valores, porque os contratos tem cláusulas de sigilo. Mas posso falar que não somos esse time rico que o Brasil pensa que somos. Aqui temos muitas dificuldades e, juntos, unidos (diretoria, comissão técnica, jogadores e colaboradores) superamos uma a uma. Resumindo: a família Galo FA é forte por estarmos sempre juntos.

Salão Oval: Você comentou do Álvaro, que foi uma surpresa, mas e o Maycon (Dacaza)? A impressão é que ele estava preparado para ficar após uma entrevista que fiz com ele no final do Minas Bowl.

Eddie Aragão: Sim, a situação do Álvaro nos pegou de surpresa. Ele me comunicou que não viria 15 dias antes da estreia na BFA. Inclusive ele tem contrato assinado com o Galo até dezembro de 2019. Mas enfim, a vida não para. O Maycon e o Arthur eram os outros quarterbacks que estavam sendo trabalhados. Maycon já tinha manifestado sobre sair do Galo bem antes do Álvaro sair e, por questões profissionais, saiu do time (nota: hoje, Maycon está no Betim Bulldogs), apesar da diretoria e comissão técnica pensar que ele não sairia devido a decisão do Álvaro, mas ele decidiu sair alegando uma rotina puxada. O Arthur assumiu a responsabilidade de titular e fez um belo jogo contra o Tritões por sinal. Até então, arrumar um quarterback para compor o elenco e então disputar a titularidade foi algo que conseguimos com muita difuculdade. Mas encontramos o Yaggo, que estava no Camp do Brasil FA (Além disso, o Galo também trouxe o quarterback Erick Henrique, revelação do Campeonato Mineiro pelo Betim Bulldogs).

Salão Oval: O time irá anunciar mais alguém até o final do prazo para inscrições?

Eddie Aragão: Sim, para comissão técnica fechamos com um Coordenador de defesa que virá do México e, até fechar as inscrições da BFA, estamos de olho no mercado atento às oportunidades.

Salão Oval: Se a reformulação estava preparada, os riscos de ser “menos” favorito também está? Apesar da vitória, o time teve mais dificuldades contra o Tritões que no ano passado. A aposta é crescer durante o campeonato para chegar ao bi?

Eddie Aragão: Nunca nos sentimos favoritos. Esse rótulo veio por parte da imprensa e dos adversários. Somos um time comum que trabalha muito. Te asseguro que vamos entrar com a mesma pegada que entramos em todos os anos anteriores. Acredito que as dificuldades que enfrentamos contra o Tritões foi por jogarmos contra um time muito qualificado, cujo qual já fizemos duas finais de conferência. E por enfrentar uma troca de comando no pé da estreia e a perda do Álvaro e a viagem do Mega para os EUA nos obrigou a fazer uns ajustes para esse jogo. Mas apesar das baixas, o sistema defensivo e ofensivo do Galo funcionou muito bem.

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Editor-chefe do Salão Oval, maior plataforma de mídias destinada ao FABR, Social Media Journalist da FIVB (Federação Internacional de Vôlei) e Social Media Editor para a Premier League (Campeonato Inglês de Futebol). Realizei coberturas nacionais pelas cinco regiões do Brasil e também nos EUA (Mundial de Ohio) e Perú (1º Torneio Guerrero de Los Andes), sempre acompanhando o futebol americano nacional de perto. Narrador e comentarista para o futebol americano nacional em diversas ocasiões (BandSports, Fox Sports e Globo Esporte.com), fui também jogador da Lusa Lions (flag 2008) e do Corinthians Steamrollers (2009 a 2012).

2 COMENTÁRIOS

  1. “Não posso falar sobre a valores, porque os contratos tem cláusulas de sigilo.” entenda-se – Lavagem de Dinheiro!
    Parem de falar só do time do CNPJ (eagles, cruzeiro, atletico) e falem de todos os times do Brasil imparcialmente por favor.

  2. Tem que pagar fornecedores do Minas Bowl. O time tem fama de caloteiro. Nas mídias arrotam profissionalismo, mas não cumprem com as obrigações financeiras com fornecedores. Além disso, vivem atrasando o pagamento dos staffs. Uma hora a casa vai cair. “Somos um time comum que trabalha muito”??? Piada.

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