Técnico prova que FABR já é um negócio da China

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Paulo de Tarso conversou com o Salão Oval em sua primeira parada na viagem para a China: em São Paulo, em um bar na região da Avenida Paulista. Foto: Victor Francisco / Salão Oval

No momento em que você lê este texto, Paulo de Tarso Pillar está em uma viagem de 33 horas para Pequim, com escala em Nova York. Paulo é mais um dos apaixonados e devotos membros do FABR que teve sua vida mudada pelo esporte. O gaúcho conheceu a bola oval em 2010, logo após um convite de um colega para atuar no Bulls FA.

De atleta a head coach no Torneio Touchdown, Paulo passou pelo Restinga Redskulls (hoje Armada) e foi eleito o técnico do Campeonato Gaúcho de 2016, ano do histórico Gigante Bowl. No ano passado, foi para mais um time que estava começando sua história no FABR, o Carlos Barbosa Ximangos.

Em meio a todo este impressionante currículo de devoção à formação de novos times no cenário do futebol americano nacional, Paulo também mostrou sua dedicação à formação de novos atletas, literalmente. O seu projeto, a Kickoff, escola de futebol americano para crianças de 13 a 17 anos, foi um cartão de visitas fundamental para o convite que, sim, mudará a sua vida: a chance de ser um coach de futebol americano no gigantesco mercado chinês.

Negócio da China

Tiago da Silva, coach que atuou na Portuguesa e no Palmeiras, foi o responsável por abrir as portas da China para Paulo. “A ideia é trabalhar com a formação de de 3 a 12 anos, trabalhando o esporte de maneira bilíngue (chinês e inglês) na iniciação ao futebol americano. Tem coaches de várias partes do mundo, americano, nós brasileiros, europeus. O projeto já tem 5 mil alunos, já está em várias cidades chinesas e eles pensam em expandir para mais 15 cidades”, explicou Paulo sobre o projeto da Great Stone Gridiron (GSG) no país mais populoso do mundo.

A GSG é uma escola de futebol americano. A ideia é formar as crianças para o futebol americano em contato com outras culturas. “A diversidade de culturas pode ajudar as crianças para coisas além do futebol americano”, analisou Paulo. Além da exposição das crianças, os professores também estão expostos a isso: “Não falo chinês, mas teremos tradutores por perto todo o tempo, caso as crianças não entendam o inglês, e eu também farei aulas para poder falar com as crianças em chinês o mais rápido possível”.

Mas esse modelo seria replicável no Brasil? Para Paulo, a grande dificuldade no Brasil seria na gestão do projeto. “Fiz isso na Kickoff em Porto Alegre e já temos alunos que agora estão atuando nas equipes gaúchas. Mas para replicar isso para um projeto de 5 mil crianças, seria complicado”, explica o head coach, que apontou também sobre a dificuldade de obter equipamentos específicos e também a logística.

Paulo terá um período probatório de três meses, com opção para assinar contrato por dois anos. “A princípio, não pretendo voltar, mas não sei como as coisas vão acontecer. Agora eu quero trabalhar, mostrar meu trabalho e me adaptar o mais rápido possível”.

Campeonato Gaúcho

Paulo de Tarso fez uma análise do cenário do futebol americano no Rio Grande do Sul, desde a evolução da Federação, elevando o nível do estado, até o campeonato atual e a promoção dos campeonatos de flag. “O Campeonato está ótimo. As gestões da Federação Gaúcha foram evoluindo com o tempo e os times pararam com aquele ranço que existia. Os gestores viram que juntos iríamos mais longe do que separado, com cada um pensando em si”.

Paulo analisou o atual campeonato, elogiando: “É um campeonato justo. Colocou Soldiers e Juventude depois, já que eles têm que se preparar para a BFA. E é bom para outros times como o Armada, que é a junção de dois times, o Lions, o Drones, que mostrou poder de investimento. E vou puxar um pouco a brasa para o Ximangos, que fez um trabalho legal, com uma gestão muito boa mesmo fora de campo”.

“É ótimo para que vai ter campeonatos de flags, para os meninos e paras as meninas, para as crianças, pois elas que vão levar o esporte adiante”, decretou Paulo.

Outros head coaches brasileiros pelo mundo

Paulo de Tarso é mais um coach brasileiro cuja a vida está mudando por conta do futebol  americano. Outros talentosos membros do FABR também já atuam ou atuaram no exterior e de forma exitosa. Casos como Lex Braga, que atuou na Áustria e Polônia, e será o head coach do Galo FA, e Bruno Barandas, que esteve na Georgetown (NCAA) e na sub-19 dos EUA, hoje no Vasco Patriotas, dão esperanças de que apostar com seriedade na carreira de técnico de futebol americano pode realmente ser algo frutífero.

Confira dois vídeos especiais em nosso canal do Youtube com outros dois proeminentes membros da classe.

> Primeiro, uma entrevista com Amadeo Salvador, bicampeão brasileiro pelo T-Rex, e hoje na Universidade de Illinois

> E o nosso Hangout anual com Brian Guzman, Campeão Brasileiro (Espectros – 2015), Campeão Mexicano (Aztecas 2016) e Campeão Mundial sub-19 (México – 2016)

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Editor-chefe do Salão Oval, maior plataforma de mídias destinada ao FABR, Social Media Journalist da FIVB (Federação Internacional de Vôlei) e Social Media Editor para a Premier League (Campeonato Inglês de Futebol). Realizei coberturas nacionais pelas cinco regiões do Brasil e também nos EUA (Mundial de Ohio) e Perú (1º Torneio Guerrero de Los Andes), sempre acompanhando o futebol americano nacional de perto. Narrador e comentarista para o futebol americano nacional em diversas ocasiões (BandSports, Fox Sports e Globo Esporte.com), fui também jogador da Lusa Lions (flag 2008) e do Corinthians Steamrollers (2009 a 2012).

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