Partiu Finlândia? Como o Brasil vai se preparar para o Mundial de Flag de 2024

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A Federação Internacional de Futebol Americano (IFAF) anunciou nesta semana que a Finlândia sediará a próxima edição do Mundial de Flag Football, que acontecerá entre 25 e 30 de agosto de 2024. Mas há também uma novidade importante antes que as seleções, incluindo a brasileira, comecem a preparar as malas para a viagem.

Diferentemente do que aconteceu na última edição do evento, em Israel, os países agora disputarão torneios que definirão os classificados. Quem revelou essa informação foi Cris Kajiwara, presidente da Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA).

“Para conseguir a vaga para o Mundial de 2024, vamos ter que disputar um Intercontinental”, contou a dirigente, em entrevista ao Salão Oval. “Isso é uma novidade porque, em Israel, todos os países que quiseram tiveram condições de se inscrever e de participar”, acrescentou.

A presidente também adiantou que o torneio classificatório deve acontecer em 2023, nos Estados Unidos, e que mais detalhes estão previstos para serem divulgados ainda neste mês. No Intercontinental, a tendência é que o Brasil enfrente as demais seleções do continente americano.

“Provavelmente disputaremos o evento entre as Américas, enfrentando EUA, Canadá, México, Panamá e os países da América do Sul. Não sei quantas vagas serão, mas acredito que não sejam poucas porque, se for ver, muitas equipes dentro do top 8 são do nosso continente”, completou Kajiwara.

Preparação para o Mundial

“Para ser bem sincera, ainda não pensamos como grupo nesse evento especificamente”, contou Victoria Guglielmo, Head Coach da seleção brasileira feminina de flag. Ela explicou que, além do Intercontinental no ano que vem, o Brasil tem um outro compromisso, ainda mais próximo, pela frente.

Antes mesmo de entrarem em campo para disputar a classificação para o Mundial, as equipes masculina e feminina da seleção brasileira enfrentarão Argentina, Chile, Colômbia e Uruguai no primeiro Campeonato Sul-Americano de Flag. O Brasil sediará o evento, que acontecerá em 3 e 4 de dezembro deste ano, em Itapecerica da Serra, em São Paulo.

“Então, as expectativas por aqui estão em continuar com a evolução individual e coletiva da equipe, um passo de cada vez. Nosso projeto continua com o mesmo objetivo de evoluir o flag no país pra então evoluir a seleção brasileira”, comentou a treinadora.

Ela classificou o momento atual da seleção feminina como sendo de renovação, tanto de jogadoras como de comissão técnica e staff. A equipe acabou de retornar dos Estados Unidos, onde participou em julho do World Games, campeonato que reuniu os oito melhores países na modalidade. A participação no evento foi conquistada após o inédito quarto lugar na última edição do Mundial.

“Faremos novamente treinos abertos para dar oportunidade a novas atletas de ingressarem na equipe, além de convites a atletas destaques. Após formar o grupo, nosso foco será na preparação individual de cada atleta, dando ferramentas para a sua evolução pessoal com uma equipe multidisciplinar. Para a parte coletiva, faremos reuniões remotas quinzenais e treinos presenciais em um final de semana por mês”, disse.

“Ainda estamos em um processo muito importante de evolução. Então, a minha maior expectativa para 2024 é que tenhamos evoluído muito o nosso torneio nacional, além de nossas atletas e coachs”, completou Guglielmo.

Destino: Finlândia

A definição da sede do próximo Mundial não pegou a CBFA de surpresa. “A gente já imaginava que seria na Finlândia, só tivemos a confirmação e agora vamos começar os preparativos”, afirmou Kajiwara.

“Achei muito legal a escolha, principalmente por ser um país que não tem muita tradição no esporte. Levar o Mundial para lá faz com que o flag ganhe uma maior visibilidade e, quem sabe, pode ajudar a difundir ainda mais”, complementou Guglielmo.

A Head Coach, no entanto, atentou para um fator importante da logística de preparação. “Uma das partes não tão positivas é que agosto é uma época com muito turismo por lá, o que pode deixar a viagem mais cara para a nossa delegação”, ponderou.

A questão financeira é um fator importante nessa equação. Assim como nas outras participações em torneios internacionais, atletas e membros da comissão técnica da seleção brasileira devem ter que tirar dinheiro do próprio bolso caso confirmada a participação no Mundial de Flag de 2024.

Isso acontece porque a entidade nacional ainda não tem condições de bancar todos os custos, conforme justificou a presidente. “A CBFA sempre tenta custear a maior quantidade de despesas possíveis. Infelizmente, ainda não temos caixa para arcar com tudo das viagens, assim como aconteceu para Israel e para o World Games”, contou.

“As passagens aéreas foram por conta de cada atleta. Estamos trabalhando para melhorar isso a cada torneio, mas é muito difícil conseguir grandes patrocinadores e apoiadores. Por isso que fazemos várias ações de arrecadação de verba como venda de produtos, campanhas, rifas e vaquinhas”, continuou Kajiwara.

“Vamos precisar muito do apoio da comunidade porque teremos um ciclo de quase todo ano uma competição internacional. Sabemos que é puxado para os atletas se preocuparem em competir em alto nível e também com o dinheiro”, finalizou Kajiwara.

5 COMENTÁRIOS

  1. […] “Esse ano a gente começou com a Taça dos Campeões. Assim como em outras modalidades, ela é transitória. O time que vencer [a Super Final] tem um troféu que é deles, que fica para sempre, e terá também essa taça, que vai rodando de campeão para campeão e tem gravado o nome de todos os campeões até o momento”, explicou Cris Kajiwara, presidente da CBFA. […]

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