“IceBerg” tenta afundar o titânico Galo Futebol Americano

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Duelo de alto nível entre os kickers: Chaw, do Galo, tem aproveitamento de 96,2% dos pontos-extra, contra 91,1% de Berg, do T-Rex Fotos: Lethy Guerra (Chaw) e Richard Ferrari (Berg)

Desde o início da temporada de 2014, em que foi vice-campeão nacional, o T-Rex não entra em uma partida em que não é o claro favorito. No entanto, este dia chegou. O fenômeno esportivo do interior de Santa Catarina irá enfrentar o titânico time semiprofissional do Galo Futebol Americano na grande semifinal do campeonato brasileiro de futebol americano, a BFA, neste próximo sábado, em Belo Horizonte.

Em um jogo entre duas forças do esporte, que seguem modelos bem diferentes de administração, detalhes podem fazer a diferença. E nestes detalhes, estão os chutes dados pelos jogadores sempre tratados como mais diferentes no futebol americano. Mas que por tratar as bolas com os pés, são os mais associados à cultura esportiva nacional – os kickers, ou chutadores.

Um “IceBerg” no caminho do Galo

Diego Boddenberg, mais conhecido como Berg pelos jogadores em Timbó, começou a jogar após uma seletiva do Rex em 2014. Muito magro, com apenas 56kg, achou que tinha ido mal nos testes da peneira, mas acertou os três chutes no final da seletiva. Chamado entre os 60 aprovados, foi efetivado após um amistoso contra o extinto White Sharks ao acertar um chute que batera na trave, mas que garantiu o ponto.

Já estabelecido como kicker do T-Rex e uma das referências da posição no Brasil, Berg perdeu seu primeiro jogo em cinco temporadas de futebol americano neste ano, na partida de playoffs em casa contra o Santa Maria Soldiers: “É uma das piores sensações que se pode ter, ficar de fora, sem poder fazer nada. Claro, ajudei, levei água, fiquei com os especialistas, mas é muito ruim”, explicou o kicker.

Logo em seguida, na final da Conferência Sul contra o Coritiba Crocodiles, Berg esteve junto com os especialistas para ser decisivo em uma partida crucial: “não erramos nenhum ponto-extra e ganhamos por um ponto, 21 a 20“.

Agora, o desafio é maior – enfrentar o elenco que foi campeão brasileiro com as cores do Cruzeiro e agora ficou ainda melhor com a camisa do Atlético Mineiro: o Galo FA. “Acho que o Galo é um time forte, mas estamos treinando essa parte de pressão psicológica junto com a Lua (Sobolwski, psicóloga do time). Estamos em um caminho bom. Nunca vamos estar 100% preparado, pois não sabemos o que vai acontecer. Mas acho que por ter participado já de três finais nacionais, quatro finais seguidas de catarinense, já estou um pouco acostumado com pressão, já sei lidar com isso. Não é à toa que a Lua me chama de “Iceberg”, consigo bloquear muitas coisas nessas horas, tento me concentrar o máximo no chute”, analisou o catarinense.

Um ex-jogador de futebol com nome inglês: Charlston Charles, o “Chaw”

Justamente a parte mais “brasileira” do futebol americano uniu o eficiente kicker do Galo FA com o esporte. Charlston Charles, mais conhecido no time como “Chaw”, era jogador de futebol profissional e quando foi fazer teste no time, nem foi considerado para outra posição.

Assim como Diego Boddenberg, Chaw também ficou de fora de uma partida de playoffs por lesão – a final da Conferência Sudeste, contra o Tritões. “Sempre é muito triste ficar de fora de qualquer jogo, principalmente em uma decisão de conferência. Apesar de ter tratado de todas as formas possíveis, não consegui estar 100% pra dar o meu melhor”. Em seu lugar, Luiz Protasio deu conta do recado e o Galo venceu mais uma.

Chaw e Protasio revesam chutes no Galo. Enquanto o “lorde inglês” chuta os pontos-extra e field gols, Protasio faz sua parte nos kickoffs, chutes de retorno e punts. “Por disputar a posição, somos mais amigos do que rivais. A gente sempre apoia e torce para o sucesso do outro. Quando eu aumento o nível, ele cresce junto e assim também é com ele”, explicou Chaw.

O kicker tem alta expectativa para a partida semifinal da BFA: “Espero fazer meu papel e ajudar a equipe a sair vitoriosa. Jamais podemos contar vitória, principalmente contra a equipe do Rex, que vem muito forte e preparada. Vamos com tudo e com toda a certeza que irá ser um jogo inesquecível de duas equipes de altíssimo nível”, analisou.

Duelo estatístico de alto nível

Duas equipes incríveis e que protagonizam o futebol americano nacional deste 2014. O Rex foi vice-campeão em 2014 (Torneio Touchdown) e foi campeão em 2015 (Torneio Touchdown) e 2016 (Superliga Nacional). De 2014 até hoje, foram 66 jogos, com 62 vitórias e quatro derrotas – um aproveitamento de 93,3%.

Já o elenco que hoje veste a camisa do Galo FA, que já mudou de nome por três vezes, foi campeão da Liga Nacional (em 2016, como BH Eagles) e da BFA em 2017 (como Sada Cruzeiro) e está invicto em 2018. No período, o elenco jogou 37 partidas, com 35 vitórias e duas derrotas, um aproveitamento de 94,6% e uma sequência de 33 jogos sem derrota.

A maior sequência de vitórias de uma equipe no futebol americano nacional foi do Corinthians Steamrollers, entre 2011 e 2013. O time conquistou 38 triunfos seguidos (sendo dois campeonatos nacionais – Torneio Touchdown – e três estaduais) sob o mesmo nome.

Galo FA x T-Rex: Semifinal da BFA 2018 – Campeonato Brasileiro de Futebol Americano

Quando: Sábado, 1º de dezembro, às 18h

Onde: Sesc Venda Nova, em Belo Horizonte

Ingressos: Saiba mais nas mídias sociais do Galo

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Editor-chefe do Salão Oval, maior plataforma de mídias destinada ao FABR, Social Media Journalist da FIVB (Federação Internacional de Vôlei) e Social Media Editor para a Premier League (Campeonato Inglês de Futebol). Realizei coberturas nacionais pelas cinco regiões do Brasil e também nos EUA (Mundial de Ohio) e Perú (1º Torneio Guerrero de Los Andes), sempre acompanhando o futebol americano nacional de perto. Narrador e comentarista para o futebol americano nacional em diversas ocasiões (BandSports, Fox Sports e Globo Esporte.com), fui também jogador da Lusa Lions (flag 2008) e do Corinthians Steamrollers (2009 a 2012).

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