Cruzeiro pode ser excluído do Mineiro por inscrições irregulares

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Foto: Chiarini Jr.

O futebol americano nacional já teve o seu primeiro caso de W.O. no ano, com o não comparecimento do ABC Corsários na partida contra a Portuguesa FA pela SPFL. Agora, está próximo de ter a sua primeira exclusão de um time de uma competição. No entanto, diferentemente de outras exclusões recentes (como a do Santos Tsunami do Campeonato Brasileiro – BFA no ano passado), o caso atual está totalmente embasado em procedimentos jurídicos.

O Cruzeiro Imperadores é alvo de denúncia da Procuradoria de Justiça Desportiva por inscrições irregulares de jogadores. Tal denúncia chegou à Procuradoria pela equipe Pouso Alegre Gladiadores, que enfrentou o time mineiro em 14 de abril, com derrota por 81 a 00. No entanto, com o pedido da Procuradoria de W.O. da equipe celeste, o Gladiadores pode sair com a vitória por 49 a 00.

Entenda o caso

Há dois tipos de irregularidades na denúncia envolvendo quatro atletas do Cruzeiro Imperadores. No primeiro tipo, Amílcar Neto e Patrick Dutton foram denunciados por atuarem simultaneamente na SPFL e no Campeonato Mineiro de Futebol Americano. Segundo o documento, eles infringiriam o Art. 3º, alínea “d”, do Capítulo 3, do
Regulamento.

> Leia o Regulamento do Campeonato Mineiro

A própria denúncia da Procuradoria esclarece que apenas Amílcar cai no caso de participação simultânea, já que sua inscrição no Mineiro aconteceu em 16/03 e o kicker atuou pelo Santos Tsunami na SPFL no dia 18/03 contra o Rio Preto Weilers. Já Patrick atuou pela Ponte em 11/03 contra o Palmeiras e foi inscrito no dia 16/03, não estando assim, irregular.

No segundo tipo de irregularidade, a denúncia é mais contundente, apontando má-fé da equipe do Cruzeiro:

A equipe Cruzeiro Imperadores, no intuito de ludibriar o sistema, bem como a Federação Mineira de Futebol Americano e a Procuradoria de Justiça Desportiva, inseriu no formulário de inscrição a data de 13/03/2018, contudo o sistema registra a data real da inserção, sendo a mesma em 13/04/2018.

Sendo assim, a equipe cometeu infração ao art. 5º do Capítulo 3 do Regulamento, que versa:
Art. 5.º – O prazo para a inscrição dos jogadores no campeonato (e pagamento de suas referidas taxas) vai até às 18 horas do dia 16 de março de 2018.

Tal procedimento, segundo a denúncia, foi realizado nas inscrições de Lucas Teodoro e Jesus Emanuel, ambos vindos do T-Rex.

> Confira a íntegra da denúncia da Procuradoria do TJD contra o CRUZEIRO IMPERADORES

O que pode acontecer

Diante da denúncia que recai sobre a inscrição de Amílcar Neto, o possível resultado é o W.O. da partida do Cruzeiro contra o Pouso Alegre Gladiadores. Já sobre as inscrições de Lucas Teodoro e Jesus Emanuel, a punição pode ser a expulsão do Cruzeiro Imperadores do Campeonato Mineiro. Tais consequências ficam claras nas páginas 5 e 6 do PDF da denúncia (que tem 43 páginas no total).

Um dos pedidos da Procuradoria na denúncia é que seja concedida e confirmada uma liminar que decrete o W.O.. O resultado seguramente irá afetar a classificação das equipes no iminente playoff do Campeonato Mineiro.

> Confira a classificação do Campeonato Mineiro 

FEMFA enaltece TJD

O presidente da Federação Mineira de Futebol Americano (FEMFA), Giuliano Groto, exaltou a existência do Tribunal de Justiça Desportiva para resolver o caso:

“Um marco com certeza. Não achamos que seria fácil sua implantação, mas é de suma importância na profissionalização do esporte que cada função seja bem definida nas varias instituições, federações, arbitragem e TJD. Todos independentes, mas trabalhando em conjunto”.

O que o Cruzeiro tem a dizer

Procuramos o Cruzeiro para obter uma declaração oficial diante dos fatos. O seu General Manager, Divino Filho, nos enviou através de email, um arquivo em PDF em que a equipe questiona as inscrições de atletas do Galo FA e em que também garante que teve respaldo nas inscrições de Amílcar e Patrick pelo então presidente da FEMFA, Abraão Coelho.

Além disso, o time ainda aponta que alguns itens acordados pela Federação sobre o Campeonato não foram cumpridos, como custos de arbitragem, hidratação e transmissões.

Confira o texto do documento enviado por Divino Filho ao email do Salão Oval, ipsis litteris, e, mais abaixo, acesse o link com o documento.

A FEMFA, associados e suas ramificações, tem claramente perseguido o Cruzeiro Imperadores com questões no campeonato como:

1-Conforme acordo, os custos a arbitragem ficaria a encargo da federação e suas patrocinadoras.
O Cruzeiro arcou com esse custo

2-Conforme acordo a patrocinadora de Água Mineral forneceria ao time a Hidratação
O Cruzeiro arcou com esse custo

3-A Transmissões para todos os times saíram sem custo.
O Cruzeiro foi cobrado uma taxa de deslocamento, porém não aceitamos

4-O TJD preza pela equidade
O Cruzeiro protocolou um pedido de analise, antes do jogo e não houve retorno, porém, teve de forma a denegrir a imagem do time, uma denuncia exposta na mídia, antes mesmo de sermos notificados de qualquer forma de comunicação.

5-As transferências da SPFL foram confirmadas pelo então presidente da FEMFA Abrãao Coelho. O mesmo alegou não haveria problema, visto que se entende que simultâneo é jogar jogos sequenciados em ambos campeonato, como áudio em anexo.

O Cruzeiro esta sendo punido pelo TJD.

> Documento enviado pelo General Manager do Cruzeiro Imperadores

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Editor-chefe do Salão Oval, maior plataforma de mídias destinada ao FABR, Social Media Journalist da FIVB (Federação Internacional de Vôlei) e Social Media Editor para a Premier League (Campeonato Inglês de Futebol). Realizei coberturas nacionais pelas cinco regiões do Brasil e também nos EUA (Mundial de Ohio) e Perú (1º Torneio Guerrero de Los Andes), sempre acompanhando o futebol americano nacional de perto. Narrador e comentarista para o futebol americano nacional em diversas ocasiões (BandSports, Fox Sports e Globo Esporte.com), fui também jogador da Lusa Lions (flag 2008) e do Corinthians Steamrollers (2009 a 2012).

2 COMENTÁRIOS

  1. Faltou ouvir o Galo FA antes e passar pra frente uma denúncia infundada e antes de divulgar dados pessoais de atletas, né? Ouvir todos os lados seria bem fácil de explicar e não geraria desgaste, preceito básico de jornalismo.

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