
Há um ano atrás, Coritiba Crocodiles e Recife Mariners viviam histórias completamente opostas. Enquanto o time de Recife vencia pela primeira vez seu tão sonhado título nacional, o Croco passava pelo pior momento de sua história, devido a um trágico acidente durante uma viagem de jogo que provocou a morte de 3 atletas, além de diversos feridos.
Quis o destino que essas duas histórias se cruzassem no ano seguinte, pela primeira vez, na grande final da Superliga Nacional D1, no Couto Pereira em Curitiba. Em uma grande batalha de futebol americano, a estrela do time da casa brilhou mais e por 28 a 22 o Coritiba Crocodiles venceu seu quarto título nacional.
O jogo
A partida começou de forma absolutamente explosiva, com o forte ataque aéreo dos paranaenses. Logo de início, o quarterback americano Nick Rooney — que já havia enfrentado o Mariners duas vezes em seus tempos de João Pessoa Espectros — conectou o wide receiver Bernardo Horevitch, que, mesmo em marcação dupla, escapou e avançou até a endzone. Em seguida, Nick ampliou o placar com passe certeiro no canto da endzone para Athos Daniel. 7 a 0 após chute de Leonardo “Balka” Friedrich.
Os visitantes sentiram o barulho da torcida e demoraram para se encontrar na partida, batendo na parede e sofrendo com dolorosos drops que mantiveram o time zerado no primeiro quarto.
Antes da primeira troca de lado do campo, o Croco voltou à endzone em campanha bem construída. Depois de importantes conexões com o veterano Adam Rodriguez, o recebedor Vinicius Anhucci executou uma bela rota, cruzando o box e recebendo um paciente passe de Nick para cruzar a goal line. 14 a 0.
No segundo quarto, as engrenagens do ataque recifense finalmente começaram a rodar, com os passes de Álvaro Fadini encontrando os braços de seu fiel escudeiro Danilo Farias. Um desses passes colocou o time a uma jarda do touchdown; porém, na busca pela primeira pontuação, o running back Vinicius Moura sofreu um fumble recuperado pelo linebacker Jefferson Martins.
Na campanha seguinte, os primeiros pontos dos pernambucanos finalmente vieram, com a mesma conexão entre Fadini e Danilo, após passe rápido do quarterback entre dois marcadores. 14 a 7, após chute de Paulo Mota.
Com tempo no cronômetro, o time de Curitiba ainda conseguiu colocar mais pontos no marcador, desta vez em passe de Nick para o corredor Eduardo “Piu” Luis. 21 a 7, encerrando a primeira metade do jogo.
Na volta dos vestiários, o Mariners tinha a posse de bola e aproveitou-a de forma prolífica, com touchdown de 12 jardas de Álvaro, fugindo da pressão, para Lucas Adolfo. 21 a 14.
Os marinheiros tentaram empatar o jogo, mas quem anotou o touchdown seguinte foi o Croco, através dos pés e mãos de Francelino Sanhá. O running back, natural da Guiné-Bissau, partiu das 19 jardas do próprio campo, avançou pelo miolo da linha, atropelou dois marcadores e correu livre até cruzar a goal line. 28 a 14.
A maré de azar continuou pelo lado azul, agora com uma interceptação sofrida por Álvaro, em captura ágil de Jhone Batista. Entretanto, através do bom trabalho nas trincheiras por sua defesa, o ataque dos Mariners logo voltou a campo e conseguiu diminuir a desvantagem, através de uma grande jogada do americano Isaac James, que recebeu um passe e se livrou de quatro tackles até o touchdown. Ainda teve conversão de dois pontos em um reverse bem-sucedido nas mãos de Oshay Dunmore. 28 a 22.
O último quarto foi tenso, como o placar demonstrava. Erros foram cometidos de ambos os lados, incluindo uma interceptação sofrida pelo Croco, nas mãos de Pedro Brito. Em sua última campanha, o Mariners ainda converteu uma quarta descida para dez, mas um sack derradeiro de Fernando Alves acabou com as chances do bicampeonato pernambucano. Joelhos no chão, e fim de jogo. 28 a 22, Crocodiles tetracampeão nacional.
Hall de vencedores
Com o título, o Coritiba Crocodiles se torna o maior campeão nacional de futebol americano, sendo o seu primeiro título em uma competição unificada. Confira todos os campeões nacionais.
Coritiba Crocodiles 4 (2013, 2014, 2022, 2025)
Galo FA 3 (2017, 2018, 2023)
Timbó Rex 3 (2015, 2016, 2022)
João Pessoa Espectros 2 (2015, 2019)
Flamengo FA 2 (2009, 2011)
Corinthians Steamrollers 2 (2011, 2012)
Cuiabá Arsenal 2 (2010, 2012)
Vasco da Gama Almirantes 1 (2014)
Tritões FA 1 (2010)
Jaraguá Breakers 1 (2013)
Rio Preto Weilers 1 (2023)
Guarulhos Rhynos 1 (2024)
Recife Mariners 1 (2024)


