CBFA quer 18 mil praticantes de futebol americano em 2021

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Ítalo Mingoni quer que o FABR seja referência do esporte na América Latina Imagem: reprodução de vídeo CBFA

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol Americano começou o seu mandato cumprindo uma de suas promessas: a de ser transparente. Diante do órgão que pretende finalmente ditar os rumos do (por enquanto) amador futebol americano nacional, Ítalo Mingoni gravou um vídeo no canal do Youtube da CBFA onde, por mais de 40 minutos, expôs em linhas gerais seu plano para o FABR.

Depois de um detalhado diagnóstico do quadro presente, Ítalo propôs 12 iniciativas para desenvolver o esporte até o fim de seu mandato, que se encerra ao término de 2020. As iniciativas são: CBFA Academy (4), que consiste em cursos de capacitação para gestores, técnicos, árbitros/delegados e fãs; Flag Football (2), focando no desenvolvimento de educadores físicos e novos atletas; Comercial (2), para a captação de recursos através da Lei do Incentivo e também do patrocínio direto; Expansão (4), com o apontamento de equipes formadoras, além das regras de compliance adotadas pela CBFA e o fomento para os atletas de alta perfomance e o incentivo ao intercâmbio internacional, principalmente usando a Seleção Brasileira.

Confira entrevista do Salão Oval com o presidente da CBFA para esclarecer alguns pontos:

Pergunta: Como a CBFA pode ser filiado ao COB se não é um esporte olímpico? O que isso traz de benefício?

Ítalo Mingoni: Existe uma diferença muito grande entre ser filiado ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e ser vinculado ao COB. O que estamos buscando é o vínculo ao COB, e que, a partir dele, comecemos a participar, primeiramente, dos eventos da instituição, o que para nosso esporte é excepcional. Ter a chancela do COB é algo que institucionalmente ajuda e muito a nossa confederação, a começar pela possibilidade de utilizar a estrutura do COB. Por exemplo, a estrutura jurídica para reformular estatuto. A IFAF está vinculada ao COI, mesmo não sendo uma entidade que tem competição oficial.

Pergunta: E-sports? O que a CBFA terá de e-Sports?

Mingoni: Basicamente, será o campeonato de Madden (jogo de futebol americano da Electronic Arts). Ele vai ser estruturado, mas quando a gente fala de e-Sports, é basicamente do Madden, porque não existe outra categoria no futebol americano.

Pergunta: Um dos objetivos é aumentar em 25% o número total de praticantes em 2 anos. Qual é o total atual de praticantes?

Mingoni: Hoje, temos como base o cadastro da FA Manager, que está em torno dos 14.500 jogadores. Então, a intenção é crescer em cima deste número (18.850 seria o número exato).

Pergunta: O que a CBFA quer dizer com equipes formadoras? O que uma equipe precisará ter pra ser classificada assim? Como será criado esse programa? Por incentivo financeiro?

Mingoni: A equipe formadora tem que estar em conformidade com o que tem na Lei Pele falando sobre isso e o que definirmos o que é uma equipe formadora de futebol americano no Brasil. Ou seja: a Confederação vai divulgar um programa sobre isso. O que uma equipe precisará para ser classificada constará no planejamento que em breve será divulgado. A gente não vai incentivar financeiramente uma equipe. O que poderemos fazer, por exemplo, é isentar de alguma coisa.

Pergunta: Qual o objetivo de desenvolver atletas de alto rendimento? Os atletas de alta performance vão ser remunerados financeiramente? Já há uma previsão?

Mingoni: Numa visão mais macro, a ideia é que ele sirva de exemplo e como objetivo a ser alcançado pelas categorias de base. Não necessariamente por idade, mas quem está começando hoje se espelha em um atleta de rendimento pra saber que ele pode alcançar como jogador. O rendimento é o que abre o horizonte de possibilidade para o atleta que está começando agora na modalidade. Transformamos o jogador de alto rendimento em um herói. Nós ofertamos campings, pagamos para ele disputar mundiais. Mas custear totalmente o atleta ainda é muito cedo para ser feito.

Pergunta: Ser a principal potência de Futebol Americano na América Latina… mais que o México? Como saberemos isso? Qual o parâmetro?

Mingoni: O parâmetro realmente é o México. Queremos sim nos tornar uma potência no Brasil, fazer da nossa Seleção mais competitiva para bater de frente com México, mas temos muito ainda o que caminhar. Eles têm anos à nossa frente quanto ao quesito de investimento e como desporto educacional.

Pergunta: O Flag é a ferramenta principal para a adesão de mais participantes e popularizar o esporte?

Mingoni: Em parte, sim. Ele tem o núcleo de rendimento dele, mas na verdade, o Flag tem um papel importantíssimo para adesão de novos praticantes, justamente pela facilidade de se fazer/encontrar material, pelo baixo custo. Uma realidade bem diferente do full pads.

Pergunta: Quais são as diretrizes de compliance que as equipes devem seguir para terem a chancela anual da CBFA?

Mingoni: Estamos formulando um plano de diretrizes compliance. Essa, inclusive, é uma das pautas da Assembleia Geral Extraordinária do dia 2 de maio. Vamos discutir junto às federações o que é importante de se colocar como diretriz de compliance.

Assista à apresentação do presidente da CBFA com o plano estratégico para o FABR

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Editor-chefe do Salão Oval, maior plataforma de mídias destinada ao FABR, Social Media Journalist da FIVB (Federação Internacional de Vôlei) e Social Media Editor para a Premier League (Campeonato Inglês de Futebol). Realizei coberturas nacionais pelas cinco regiões do Brasil e também nos EUA (Mundial de Ohio) e Perú (1º Torneio Guerrero de Los Andes), sempre acompanhando o futebol americano nacional de perto. Narrador e comentarista para o futebol americano nacional em diversas ocasiões (BandSports, Fox Sports e Globo Esporte.com), fui também jogador da Lusa Lions (flag 2008) e do Corinthians Steamrollers (2009 a 2012).

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